segunda-feira, 11 de abril de 2011

PAGA OU NÃO PAGA AGORA?



Reajuste do Piso Nacional do Magistério causa aflição nos prefeitos



Como parte da luta nacional pela qualidade no ensino, depois de muita pressão e algumas contrariedades, o piso salarial do magistério foi reajustado em 15,85%.


Apesar da reivindicação da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), de aplicação do reajuste em abril, o Ministério da Educação afirmou que o novo valor entra em vigor no início de cada ano, pois se ajusta à definição do custo por aluno estabelecido pela Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007.


É sem fundamento, portanto, a reclamação ou reivindicação dos prefeitos, pois a correção apenas se ajusta ao aumento no valor mínimo nacional por aluno no Fundeb de 2010, em relação ao valor de 2009.


Com o reajuste, a remuneração mínima do professor de nível médio, com jornada de 40 horas semanais, será de R$ 1.187,00 ( um mil, cento e oitenta e sete reais).


De acordo com o Ministério da Educação, a nova remuneração está assegurada pela Constituição Federal e deve ser acatada em todo o território nacional pelas redes educacionais públicas, municipais, estaduais e particulares.


Muitos podem até pensar que a obrigação de pagar o piso nacional não está valendo ou está suspensa.


Não se deixe enganar, está em plena vigência a decisão do Supremo Tribunal Federal, proferida na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4167, ajuizada por cinco governadores contra a Lei 11.738/08, que instituiu o piso nacional dos professores de ensino básico das escolas públicas brasileiras.


Segundo a decisão dos ministros, o termo "piso", de acordo com a norma em seu artigo 2º, deve ser entendido como a remuneração mínima a ser recebida pelos professores.


Assim, até que o Supremo analise a constitucionalidade da norma, na decisão de mérito, os professores das escolas públicas terão a garantia de não ganhar abaixo do piso estabelecido nacionalmente, somados aí o vencimento básico (salário) e as gratificações e vantagens.


Aos prefeitos que vivem na eterna reclamação de que não existem recursos suficientes para garantir a efetivação do piso nacional do magistério, uma boa notícia: basta fazer a solicitação de verba federal, à disposição de Estados e Municípios.


Agora não é verbal e não vêm de qualquer jeito, algumas exigências precisam ser cumpridas, é claro!


Exigências, aliás, atenuadas pelo MEC, ao aprovar resolução da Comissão Intergovernamental para Financiamento da Educação de Qualidade, que facilitou ainda mais esse acesso às verbas federais, permitindo assim a complementação do orçamento, como forma de cumprir a determinação do piso do magistério.


Sugestão que não partiu, a rigor, do MEC, mas da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed).


Os novos critérios exigidos de estados e municípios para pedido de recursos federais destinados ao cumprimento do piso salarial do magistério abrangem:


- Aplicar 25% das receitas na manutenção e no desenvolvimento do ensino;


- Preencher o Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação;


- Cumprir o regime de gestão plena dos recursos vinculados para manutenção e desenvolvimento do ensino;


- Dispor de plano de carreira para o magistério, com lei específica;


- Demonstrar cabalmente o impacto da lei do piso nos recursos do estado ou município;


Com base nessas comprovações, o MEC, que reserva aproximadamente R$ 1 bilhão do orçamento para apoiar governos e prefeituras, avaliará o esforço dessas administrações na tentativa de pagar o piso salarial dos professores.


E agora, qual será a alegação para não cumprir a lei?


Caso o prefeito do seu município não esteja cumprindo a lei do piso ou alegue não ter dinheiro para pagá-lo, formule representação contra o mesmo, através de órgão de classe ou outra organização da sociedade civil, para que o Ministério Público, tanto estadual quanto federal, investigue a situação.


A sociedade civil organizada não pode nunca esquecer que no Brasil lei não se aplica por boa vontade do administrador público, mas por pressão social, fiscalização e denúncia.


Agora é exigir o direito, ir à luta! Fonte: Blog Diário de luta

Nenhum comentário:

Postar um comentário